terça-feira, 24 de dezembro de 2013

JAPONESES NO NORTE DO PARANÁ

II ENCONTRO CIDADES NOVAS - A CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PATRIMONIAIS:  – UniFil. Londrina-PR. 13 a 16 de Outubro de 2009.  VESTÍGIOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO NORTE DO PARANÁ E SUA  CULTURA ASSOCIADA À TÉCNICA CONSTRUTIVA EM MADEIRA 

Nicolly Matinaga1

Elisa Roberta Zanon2


O norte do Estado do Paraná é uma das regiões de maior  concentração de população advinda da imigração japonesa. As primeiras  ocupações de colônias desta cultura oriental no norte do estado foram fixadas  entre 1913 e 1915, inicialmente em Cambará pela facilidade de acesso e por se  tratar de uma área com grande valorização, visada também por imigrantes de  outras nacionalidades, além de brasileiros de várias regiões do país. É fato que  neste período houve uma grande difusão cultural pela diversidade de povos,  estando inclusive a dos japoneses que trouxeram seus costumes e técnicas  construtivas, principalmente em madeira.  O objetivo deste artigo é apresentar um registro da técnica  construtiva de um exemplar em madeira no estilo japonês, que pode ser  considerada uma herança histórica dos mestres carpinteiros do período da  colonização do Norte do Paraná. Para isto, buscou-se num primeiro momento abordar a imigração japonesa, para então relatar quais foram as técnicas  construtivas utilizadas por eles aqui e por fim expor o exemplar remanescente na  área rural do município de Sertaneja.  O processo de organização dos japoneses no Norte do Paraná  acontecia normalmente em áreas rurais, onde desbravavam estes locais para  produção agrícola. Na aquisição de terras, procedia-se a compra de uma área de  fazenda para dividi-la em pequenos lotes (10 a 20 alqueires), formando as  comunidades, chamadas também de “mura”.  As primeiras construções eram pequenas e feitas em palmito,  cobertas com tabuinhas. Com o passar dos anos, a matéria prima foi substituída   pela madeira, sendo o material mais utilizado nas edificações e sua técnica  construtiva é o melhor remanescente das belas construções dos mestres carpinteiros. Estes construtores trouxeram junto aos costumes o seu modo de construir, que se trata principalmente do “saber fazer”, juntamente com materiais e ferramentas específicas, que caracterizam o sistema construtivo das casas de madeira. Uma edificação poderia ser construída em pouco tempo devido ao uso reduzido número de peças que compõem os seus elementos construtivos e pelo sistema de encaixes, o que tornava o processo de montagem rápido. Ainda, a arquitetura japonesa também possui elementos característicos de sua cultura como os detalhes construtivos e elementos de fachada, como os rendilhados de madeira, a ranma, o frontão, irimoya, a varanda cerimonial, a guenkan, e ornamentos, onigawara. Foi desta forma que buscaram recriar nesta terra a cultura japonesa, com os materiais e elementos existentes na região, mas ainda assim, utilizando suas técnicas. Além de edificações residenciais em madeira, outras construções de uso comum também tinham destaque por seus ornamentos e organização espacial, sendo geralmente construídas em regime de mutirão. Buscava-se uma área comum e próxima aos sítios para implantar a escola, e outras atividades da comunidade como o clube esportivo, salão de festas e uma casa para o professor da escola, construída pelos pais dos alunos, formando um complexo denominado Kaikan. Assim como em toda a região do Norte do Estado do Paraná, um destes exemplares da arquitetura japonesa pode ser encontrado na área rural do município de Sertaneja, a 80 quilômetros de Londrina.  rata-se de uma antiga construção em madeira dos anos de 1950, utilizada como residência até 1991.  Embora   Esteja sem uso e parcialmente danificada, a edificação ainda guarda em suas estruturas a técnica construtiva do carpinteiro Kenzo Fuji. Nela podemos encontrar todo este sistema construtivo herdado dos japoneses e as particularidades claras de sua arquitetura, como sua fachada, onde possui as principais características da volumetria. A exemplo disso temos a cobertura irimoya (com o frontão, composto com peças de madeira treliçada), presença de ranma, que é o rendilhado emoldurando a varanda e que também acontece na  sala de estar. Este ambiente possui um simbolismo em conjunto com a varanda cerimonial (guenkan). A  sala  é marcada quase sempre por ornamentos em madeira sobrepostos sobre as paredes e forro, marcando-a como o ambiente mais importante da casa, e o guenkan (varanda) é marcado de um simbolismo que o dignifica como hall de entrada da casa privativo às visitas. Esta varanda é sempre elevada do solo e tem presença marcante na volumetria. O seu tratamento começa pela composição da escada de acesso e vai até os tratamentos ornamentais com rendilhado. No caso desta casa em estudo, observa-se que houve  alterações na composição deste ambiente. O parapeito da varanda, que antes compunha-se de madeira, foi substituído por alvenaria. Retomando a identificação das características presentes na casa, ainda pode-se encontrar o onigawara, que é um elemento de cimento, localizado no alto do frontão ou espigão da residência. Apesar de seu estado atual e das modificações feitas enquanto era habitada, a residência não perdeu seus traços característicos. É através de modelos como este, exemplar da história de um povo, de uma região, que se percebe o valor dos patrimônios históricos e a importância em preservá-los. Não é preciso ter pertencido a um grande artista para se estimar uma obra, uma construção. Simplesmente é necessário guardar uma crença, uma tradição, um valor sentimental ou histórico. Entretanto, o mais importante, é mostrar e conscientizar a todos o quanto aquilo é importante para a sociedade em geral e para as gerações futuras, pois assim possibilita que todos possam aprender e conhecer sobre o que se passou antes de nós.

REFERÊNCIAS
ZANI, Antônio Carlos. Repertório arquitetônico das casas de madeira de Londrina. Londrina: Midiograf, 2005. ZANI, Antônio Carlos. Arquitetura em madeira. Londrina: UEL, 2003. LEMOS, Carlos A. C. O que é patrimônio histórico. 5ªed. São Paulo: Brasiliense,

EM ROLÂNDIA: Eles se fixaram nas Glebas Cafezal e Bandeirantes a partir de 1934...  eram mais de 100 famílias.. seus descendentes continuam entre nós... trabalharam muito... pessoas honestas... de fibra...  ajudaram muito a desbravar este lugar abençoado. JOSÉ CARLOS FARINA

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

1º JORNAL DO NORTE DO PARANÁ - CIA DE TERRAS NORTE DO PARANÁ

   A peça publicitária da Companhia de Terras Norte do Paraná - CTNP no Jornal Paraná Norte . Paraná-Norte Anno I, Londrina, 09 de outubro de 1934. Num. I. Acervo #CDPH Colaboração João Carlos Alcalde Nascimento


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

HOTÉIS DO NORTE DO PARANÁ - DÉCADA DE 30 e 40


Livro resgata história de hotéis e pousadas da região

Agência UEL 

Obra integra série Fragmentos da História do Norte do PR, com foco no segmento do turismo
Saiu mais um livro da série “Fragmentos da História do Norte do Paraná em Textos e Imagens”, produzido como atividade de projeto de pesquisa coordenado pelo professor Paulo César Boni, do Departamento de Comunicação da UEL. A obra enfoca nove Hotéis Históricos da região, reunindo artigos científicos, fotografias, além de uma breve retrospectiva das hospedarias em todo o mundo. O lançamento será nesta quinta-feira (21), às 10 horas, na sala 683 do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA).
Em 214 páginas o leitor poderá mergulhar na história dos hotéis Luxemburgo, Triunfo, Cravinho, dos Viajantes, Berlim, Londrina/Coroados, Tókio, Sahão e Monções. Também poderá conhecer a trajetória do Hotel Rolândia e de pensões e hospedarias de Apucarana e Maringá. Os organizadores são Paulo César Boni e Juliana de Oliveira Teixeira.
O professor Boni lembra que os hotéis tiveram um papel imprescindível na colonização da região, que foi feita debaixo da atração da compra de terras. “Os hotéis recebiam potenciais compradores que vinham conhecer as terras, mas também foram a primeira residência de muitos trabalhadores, funcionários públicos, gerentes de banco, contadores e outros profissionais que vieram fazer a vida no novo eldorado”. 
As pousadas e hospedarias foram tão importantes, observa Boni, que o aniversário de Rolândia é comemorado na data “em que se bateu o primeiro prego para a construção de seu primeiro hotel, o Hotel Rolândia, no dia 29 de junho”.
A produção do livro contou com financiamento parcial do FAEPE – Fundo de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão da UEL. Da tiragem de 1.000 exemplares, 200 serão distribuídos entre os autores e 350 serão entregues à Secretaria de Cultura de Londrina para distribuição entre estabelecimentos de ensino do município de todos os níveis, oficiais e particulares. Segundo o professor Boni, o próximo livro da série já está em elaboração. Será sobre os fotógrafos pioneiros, “personagens de fundamental importância para a preservação da memória coletiva”, diz ele.
Serviço:

Lançamento: “Fragmentos da História do Norte do Paraná em Textos e Imagens”; nesta quinta (21); 10 horas, sala 683/CECA. No lançamento exemplar será vendido a R$ 10 (para estudantes) e R$ 20 (público em geral). 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

COLEÇÃO DE GIBIS NO NORTE DO PARANÁ - ANOS 50 - 60 e 70

Nos anos 60 e 70 uma grande parte da molecada e adolescentes faziam coleção de gibis. Na época os mais famosos e desejados eram os gibis da Ebal. Os mais famosos eram os "reis do faroeste" , "Zorro", "Tarzan", "Fantasma", "Tio patinhas", "Pato Donald", etc. Eu fazia coleção de Tarzan, Zorro, Cavaleiro Negro, Fantasma e Cheyenne, coleções que guardei até hoje. Os colecionadores de gibis tinham o costume e hábito de trocarem os repetidos ou aqueles que haviam lido na frente do Cine Rolândia (onde hoje é a Romeira) nos matinês de domingos, às 14 horas. O interessado ia folhando rapidamente e dizendo: - já tenho...não tenho....já tenho...O outro colecionador idem. Depois de separados aqueles que havia interesse começava a negociação. Os mais antigos valiam o dobro. Quer dizer era necessário dois gibis novos por um antigo. Quando eu conseguia algum para a minha coleção ficava muito contente. Vinha feliz para casa. Havia um costume também da molecada de jogar "Bingo" com gibis. Para cada rodada era "casado" um gibi por jogador. A única regra era de que o gibi estivesse perfeito, com a capa intacta, sem rasgos. Lá em casa nos reunimos debaixo do meu pé da "Santa Bárbara" onde eu tinha uma casa  da árvore do Tarzan. Lembro-me de alguns colecionadores: Maruishi, Formigão, Salgueiro, Ivo pintor, Toninho Lovato, Jair Qualio, Mauro Rodrigues, Paulo Ademir Farina, Nelsom Sanches Galera, Panhan, Aylton Rodrigues, "Mimo", Paulo Vieira,  Estevo Hijo, "perereca", "cara manchada" e João Farina. Relato de JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR.- Fotos  das minhas coleções - By  JOSÉ CARLOS FARINA

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

GASTRONOMIA E COSTUMES NO NORTE DO PARANÁ NOS ANOS 60


A maioria das  famílias da classe média e classe média baixa nos anos 60 e 70 não conheciam os pratos e alimentos  da atualidade. Naquela época pouquíssimas famílias almoçavam ou jantavam em restaurantes ( a não ser quando viajavam). Quase ninguém pedia pizzas e lanches por telefone. Não havia este serviço... Pratos como Estrogonofe, lazanha, Filé ao molho madeira, bife a rolê, bife a parmegiana, medalhão de filé mignon, salpicão... poucos conheciam. Maçã só havia as importadas e as pessoas destas classes sociais só as comiam se ficassem doentes. Iogurte, chocolate e coca-cola eram artigos de luxo... churrascos só em casamentos e festas de final de ano. A  maioria  das famílias consumiam apenas o trivial, ou seja, arroz, feijão, ovos, verduras ( que a maioria plantava no fundo do quintal), legumes. Não era todo o dia que havia carne... quando tinha as opções eram frango caipira ou porco. Carne de boi só aos domingos. Aos domingos, impreterivelmente  além de bifes ou frango era servido a famosa macarronada com molho de tomates. Batatas com creme de maionese era muito raro. Minha mãe servia sempre  ( e até hoje) batatas cozidas e tomates recheados. Sobremesa era sempre com frutas da época. Refrigerantes nem pensar. Pudins e sorvetes muito raramente. Minha mãe além destes pratos preparava também outros que poucos hoje conhecem: salada de serralha e cambuquira ( broto de abóbora  cozido). Nas festas de final de ano era servido pernil de porco, leitoa e frango assado, arroz, macarronada, maionese, salada, guaraná antartica e cerveja. O charme é que as carnes eram em sua maioria assadas em fornos caipiras à lenha. O sabor era muito melhor. Apesas da comida simples as crianças não  eram enjoadas... comiam de tudo... saladas.. legumes.. ovos fritos.. e até carne ( quando tinha)... Na época a televisão estava engantinhando... não éramos ainda uma "aldeia global"... o povo ( a maioria vindos da roça) eram pessoas simples, mas educadas... criadas com o temor à Deus.... as crianças e jovens "curtiam" os pais, avós e tios... havia respeito aos mais velhos e as autoridades... Os prefeitos cuidavam melhor das cidades... O dinheiro era "curto" mas todos eram mais felizes... os bailes eram ótimos... a dança era melhor... a música era melhor... até o ar era melhor... as pessoas podiam andar à noite e de madrugada pelas ruas que no máximo encontrariam apenas algum  bêbado... Naquela época não se ouvia falar em crack e cocaína... uma meia dúzia apenas fumava maconha, mas não incomodavam ninguém. Os jovens não viviam bebendo cerveja como hoje. Poucos tinham carros.. e poucos morriam bêbados conduzindo carros. Os filhos ajudavam os pais nos serviços da casa... grandes  grupos de crianças brincavam juntos... se exercitavam e dormiam como anjos... As crianças faziam os seus próprios brinquedos usando serrote, martelo, arco de pua, pregos, arame... Fazíamos arco e flexas, carrinhos e muito mais...  Da década de 80 para cá a qualidade de vida o povo  foi  progressivamente melhorando no que concerne aos alimentos, roupas, móveis, carros e eletrodomésticos. Mas sempre tem o lado ruim... os alimentos hoje engordam mais... tem colesterol... excesso de sal... excesso de açucar... e pior.. ao analisarmos comportamento, respeito, educação e segurança, regredimos  muito. Hoje uma criança dificilmente anda descalço.. não toma sol... não sobe em arvores... não sabe o que é uma aventura no rio... no sítio.. andar à cavalo.. brincar na cachoeira.. pescar lambaris... brincam no computador o dia inteiro e querem namorar aos 12 anos.... JOSÉ CARLOS FARINA

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O RÁDIO NO NORTE DO PARANÁ ( DÉCADAS DE 40 a 70 ) by FARINA


Antigamente, nas décadas de 40 a 70, na zona rural, eram poucas as famílias que possuiam rádios como este. Lembro-me que no sítio do meu avô toda noite vinham alguns amigos dele ouvir as notícias da "Voz do Brasil"... Aí "rolava" um cafezinho...  um cigarrinho de palha e muita prosa. Na minhas férias eu também estava por ali... bons tempos. JOSÉ CARLOS FARINA

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

MINHA INFÂNCIA EM ROLÂNDIA - NORTE DO PARANÁ - ANOS 60


SOU DO TEMPO DOS CARRÕES CONVERSÍVEIS.. DO TEMPO EM QUE COMEÇOU O ROCK AND ROLL... NOS TEMPOS DA BRILHANTINA... CALÇA BOCA DE FUNIL.. . BOTINHAS... TEMPOS DOURADOS... IÊ´´IÊ..IÊ... CADEIRAS NAS CALÇADAS... BAILINHOS... GORDINES.. KHARMAN GHIAS... FUSCAS... SOU DO TEMPO EM QUE SE DANÇAVA DE "ROSTO COLADO".. . MÚSICA LENTA.. SOU DO TEMPO DOS "BEE GEES"...  DO TEMPO DA "CUBA LIBRE"... DO TEMPO EM QUE TOMAR UM PORRE ERA TOMAR UMA  CAIPIRINHA OU UM "RABO DE GALO" PARA IR AO BAILE... DO TEMPO EM QUE APRONTAR ERA FUMAR ESCONDIDO OU FURTAR O PÃO QUE O PADEIRO DEIXAVA DE MADRUGADA NAS CASAS... SOU DO TEMPO EM QUE O ALUNO ERA LEVADO A DIRETORIA SE NÃO FIZESSE A LIÇÃO DE CASA... SOU DO TEMPO EM QUE FALAR PALAVRÃO ERA MANDAR ALGUÉM  "À M...."... SOU DO TEMPO EM QUE SE PEDIA A BENÇÃO PARA OS PAIS... DO TEMPO EM QUE OS FILHOS AMAVAM E RESPEITAVAM OS MAIS VELHOS... DO TEMPO EM QUE OS FILHOS AJUDAVAM OS PAIS... SOU DO TEMPO EM QUE TODOS OS PAIS LEVAVAM OS SEUS FILHOS NA IGREJA E DAVAM BONS EXEMPLOS... SOU DO TEMPO EM QUE A CRIANÇADA SE REUNIA TODO DIA PARA CONVERSAR E BRINCAR..,  SOU DO TEMPO EM QUE UM MENINO OU MENINA GANHAVA UMA OU DUAS ROUPAS POR ANO... SOU DO TEMPO EM QUE IOGURTE, COCA-COLA E MAÇA ERAM ARTIGOS DE RICOS...  SOU DO TEMPO EM QUE BRINQUEDO BOM ERA UM CARRINHO DE ROLEMÃ...  BIBLIOQUÊ... PEÃO  E BOLINHAS DE GUDE... SOU DO TEMPO EM QUE AS CRIANÇAS BRINCAVAM NA RUA ATÉ DE NOITE E NÃO HAVIA PERIGO... NO MÁXIMO ALGUMA BRIGA COM SOCOS... UM OLHO ROXO... SOU DO TEMPO EM QUE 90% DAS CRIANÇAS ANDAVAM DESCALÇOS, COM ESTILINGUE NO PESCOÇO E EMBORNAL CHEIO DE PEDRAS DO LADO... SOU DO TEMPO EM QUE MOLEQUE SÓ COMIA FRUTA SUBINDO NA ÁRVORE.. SOU DO TEMPO EM QUE QUASE TODO MENINO FAZIA O SEU PRÓPRIO BRINQUEDO USANDO SERROTE, MARTELO, ARCO DE PUA E FORMÃO.. SOU DO TEMPO EM QUE QUASE TODA A FAMÍLIA POSSUÍA UM HORTA NO FUNDO DO QUINTAL... ADUBADA SÓ COM ESTRUME DE VACA, CAVALO  OU PALHA DE CAFÉ... SOU DO TEMPO EM QUE ÍAMOS NO SÍTO DO MEU AVÔ E VOLTÁVAMOS COM O CARRO CHEIO DE VERDURAS E FRUTAS... SOU DO TEMPO EM QUE A PREFEITURA PRECISAVA AGUAR AS RUAS POR CAUSA DA POEIRA... SOU DO TEMPO EM QUE OS POLÍTICOS ERAM MAIS HONESTOS... DE UM MEIO AMBIENTE MELHOR... DE TEMPO EM QUE TÍNHAMOS MUITAS PESSOAS MORANDO NA ROÇA... DO TEMPO EM QUE SE COMIA MELHOR... COMIDA SEM AGROTÓXICO... DO TEMPO EM QUE O LEITEIRO TRAZIA O LEITE TODO DIA NA CIDADE COM SUAS CARROÇAS... DE CASA EM CASA... DO TEMPO EM QUE O PADEIRO ENTREGAVA O PÃO DE CASA EM CASA... DE MADRUGADA... COM SUAS CARROÇAS... SOU DO TEMPO EM QUE SANDUÍCHE ERA APENAS  PÃO  E MORTADELA... SOU DO TEMPO EM QUE COMER BEM ERA ARROZ, FEIJÃO, SALADA, BIFE E GUARANÁ ANTÁRTICA .. SOU DO TEMPO EM QUE MACARRONADA ERA A COMIDA ESPECIAL DO DOMINGO... SOU TEMPO EM QUE O CINEMA ERA MÁGICO... SOU DO TEMPO EM QUE ASSISTIR TARZAN  OU BONANZA ERA O MÁXIMO... TODOS PARAVAM PARA ASSISTIR... SOU DO TEMPO DOS IRMÃO CORAGEM E DO BEM AMADO... DO TEMPO EM QUE OS RIOS TINHAM ÁGUA LIMPA... DO TEMPO EM QUE SE PODIA ANDAR PELAS RUAS DE MADRUGADAS SEM MEDO DE NADA... EU VIVI OS ANOS DOURADOS.. EU VIVI OS ANOS 60 NO NORTE DO PARANÁ... JOSÉ CARLOS FARINA

COMENTÁRIOAparecida Herrmann só saudades Farina e a culpa é nossa, achavamos que tinhamos "Pais" rigidos demais que eram quadrados e tudo o mais então as vezes falavamos (ou pensavamos) quando eu crescer e tiver meus filhos vou dar a eles tudo que não tive,ta ai a resposta eu que hoje tenho meus filhos me sinto culpada por ter sido como dizem tão condenscendente,certo estavam os meus "Pais",o mundo evoluiu claro que bom,mais em muita coisas regredimos nós, eu tenho saudades desse tempo e Graças a Deus ainda temos muita coisa boa acontecendo belo texto

COMENTÁRIOS: 


    • José Carlos Farina Nos anos 60 só rico tomava coca-cola... fui tomar minha primeira coca-cola só nos anos 70...   
      Marlene Grotti Me lembro que lá por 1970 quando entrei na 1º série, tinha uma coleguinha que não ia para escola se eu não passasse na casa dela ( o pai dela foi varias vezes até a escola me buscar para que ela fosse a escola) . Eu chegava na casa dela bem na hora do almoço e sempre tomava um copo com Crush oferecido pela mãe dela. Depois de algum tempo me habituei a tomar refrigerante. Na minha casa nunca tinha, nem nos aniversários.  
      Clóves Vasconcelos Jr. Lendo suas espontâneas reminiscências, amigo Farina... pensei que éramos vizinhos aqui em Buriti Alegre-Go., ou que morávamos na mesma casa, tamanhas as coincidências de lazer e valores!!!... Isto amigo, se chama "berço esplêndido"... educação de ponta, com puros exemplos...

    sábado, 21 de setembro de 2013

    NORTE DO PARANÁ - PÓ e LAMA ( BARRO ) PÉ VERMELHO


    A famosa terra vermelha que atraiu os primeiros agricultores para o Norte do Paraná é uma das mais férteis do mundo. Entretanto, essa mesma terra vermelha criou alguns dos piores tormentos para os colonizadores.


    A terra vermelha, também chamada de "terra roxa" graças aos imigrantes italianos que trabalhavam na lavoura de café, que a denominavam como "terra rossa", é resultado da decomposição de lavas vulcânicas, particularmente do basalto. Essas lavas se originaram do Derrame de Trapp, talvez o maior derrame de lava conhecido pelo homem, e que ocorreu na Era Mesozóica, entre 251 e 66 milhões de anos atrás, a era dos dinossauros.

    Para os colonizadores, a fertilidade da terra teve um preço: quando Londrina não tinha lama, tinha pó. A terra vermelha seca gera um pó finíssimo, altamente penetrante e que pode ficar suspenso no ar por horas. Por outro lado, quando molhada, gera uma lama altamente aderente e escorregadia.

    Devido à presença da mata fechada, a cidade de Londrina tinha um clima muito mais úmido que o atual, e as chuvas eram muito mais frequentes do que hoje. As chuvas transformavam qualquer estrada ou rua em inacreditáveis atoleiros, e mesmo trechos curtos de viagem, como, por exemplo, entre Londrina e Jataí (foto abaixo), podiam levar horas, talvez mesmo um dia inteiro de viagem.

    Por outro lado, nos curtos períodos de seca, era o pó que infernizava a vida da população, tanto rural quanto urbana. Londrina só começou a ter ruas pavimentadas no final de 1942 (na foto abaixo, a Avenida São Paulo sendo pavimentada) e, mesmo assim, somente as ruas do centro tinham tal pavimentação. 

    Todas as áreas ao redor do centro continuaram a sofrer com a lama e o pó até a década de 60, quando o Prefeito José Hosken de Novaes providenciou o asfaltamento da maior parte da malha urbana então existente.

    Naqueles tempos do pó e da lama, um acessório indispensável era o raspador de barro, instalado na entrada de todas as casas, prédios públicos e lojas. Os ferreiros fabricavam e vendiam modelos em ferro fundido, alguns bem elaborados, com apoio para as mãos, mas muitas vezes tal acessório era improvisado com pedaços de lata e madeira.

    O raspador de barro foi apelidado no Norte do Paraná como "chora-paulista". Os paulistas que emigraram para a região, vindos das decadentes fazendas de café paulistas, instaladas em terreno branco e arenoso, sofreram muito com a terra vermelha que aderia aos calçados, criando uma crosta espessa e pesada que quase os impedia de andar, e isso deu nome ao acessório.

    Na época do pó, as maiores sofredoras eram as donas de casa. Qualquer trabalho de limpeza das casas e da roupa era arruinado pela poeira muito fina e altamente penetrante, dando a tudo, inclusive às pessoas, uma característica cor avermelhada.

    A poeira permanecia no ar por tanto tempo que servia de referência para os pilotos de avião que vinham para a cidade. A poeira levantada pelas hélices no antigo campo de aviação (na foto abaixo, de José Juliani, a "Aviação Velha") sinalizava o aeroporto para os pilotos a uma distancia de quase 50 Km.

    As cidades, em geral, tinham sempre um aspecto avermelhado e sujo para quem vinha de fora, como se pode ver na foto abaixo, com as ruas vermelhas em pleno centro da cidade, na década de 60.

    A Prefeitura de Londrina, assim como as prefeituras de todas as cidades da região, operavam um tipo de veículo indispensável, o caminhão "aguador". Eram caminhões-pipa, como o da foto abaixo, equipados com pulverizadores, que lançavam água sobre as ruas para tentar "apagar" a poeira.

    Nos dias de chuva, era comum os homens se reunirem nos bares que ficavam logo acima da estação ferroviária, para assistirem e zombarem dos tombos que os recém-chegados levavam na lama, ao subir a íngreme ladeira que separava a estação do espigão no centro da cidade.

    A pavimentação em asfalto acabou livrando Londrina do aspecto avermelhado, aos poucos, mas até hoje os moradores da região se autodenominam, orgulhosamente, de "Pés Vermelhos", em homenagem à essa terra que fez a riqueza do Norte do Paraná. www.londrinahistorica - jonas liach

    sexta-feira, 6 de setembro de 2013

    FOTO RARA DO NACIONAL NAC DE ROLÂNDIA - ACERVO DA FAMÍLIA FARINA

    Encontrei nos objetos do meu saudoso pai José Farina esta foto rara do Nacional NAC de Rolândia do dia em que recebeu a faixa de campeão da  2ª divisão, no no de 1969. Na foto vemos os senhores Erich Georg, Horácio Negrão, Mauro Zulian, Carioca, além dos jogadores Léco, Fininho, JUra, Perigo, Osvaldo, Juquita, Benfica, Mão de Pilão, Joel, Laborão, Pagão, Carlinhos, Bispo, Pedrinho, Vale.ACERVO DA FAMÍLIA FARINA

    quinta-feira, 22 de agosto de 2013

    VÍDEO FOTOS ANTIGAS DE LONDRINA - RARÍSSIMAS - 1930 a 1980

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    LONDRINA ERA ASSIM.. SEMPRE LINDA.. DÉCADA DE 30 a 80

    COLABORAÇÃO ABILIO MEDEIROS























    INICIO DO ASFALTO





























    ANOS 50



























    ANOS 40





























    TV COROADOS ANOS 60 AYMORÉ CLAY



























    COMEÇO DOS ANOS 60



























    ANOS 50



























    ANOS  50






















    ANOS 60 - AVIÕES DART HAROLD DA SADIA































    AEROPORTO DÉCADA DE 60






















    GARCIA ATRAVESSANDO O RIO TIBAGI DE BALSA



























    DEMOLIÇÃO DA CATEDRAL


























    INAUGURAÇÃO DO IGAPÓ





























    BELINATI REPÓRTER

























    CIRCUITO VIROU LENDA









































    TV COROADOS





























    CAÇADA NO  CENTRO DA CIDADE






























    FUNCIONÁRIOS DA TV COROADOS ANOS 60



























    NECO GARCIA E IRMÃOS





























    VIAÇÃO GARCIA

























    FINAL DOS ANOS 50



























    AVIAÇÃO VELHA ANOS 50



























    AVIAÇÃO  VELHA




























    PÚBLICO VINHA VER OS "MODERNOS AVIÕES"






























    DOMINGO FESTIVO NO AEROPORTO


























    COLÉGIO MARISTA




























    CONSTRUÇÃO DA VIA EXPRESSA


























    INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO



























    IGAPÓ ANOS 60
























    CENTRO DE LONDRINA EM 1934






























    CALIENTO FOI CAMPEÃO EM ROLÂNDIA
































    LONDRINA 1960






























    JIPES DA TRANSPARANÁ
























    SAPIA e DINHO DA TV COROADOS ( ANOS 60)

























    CURUMIN - SÍMBOLO DO CANAL 3  TV COROADOS






















    ANOS 60  - CENTRO
























    MR. ARTHUR  THOMAS ( ESSE FOI O FUNDADOR DE FATO)





























    BOSQUE - FINAL DA DECADA DE 50


























    PICOLINO NA  COROADOS













    TIA LUCY - ERA LÍDER DA MOLECADA ( E DOS ADULTOS TBM - TV COROADOS)