sexta-feira, 27 de setembro de 2013

MINHA INFÂNCIA EM ROLÂNDIA - NORTE DO PARANÁ - ANOS 60


SOU DO TEMPO DOS CARRÕES CONVERSÍVEIS.. DO TEMPO EM QUE COMEÇOU O ROCK AND ROLL... NOS TEMPOS DA BRILHANTINA... CALÇA BOCA DE FUNIL.. . BOTINHAS... TEMPOS DOURADOS... IÊ´´IÊ..IÊ... CADEIRAS NAS CALÇADAS... BAILINHOS... GORDINES.. KHARMAN GHIAS... FUSCAS... SOU DO TEMPO EM QUE SE DANÇAVA DE "ROSTO COLADO".. . MÚSICA LENTA.. SOU DO TEMPO DOS "BEE GEES"...  DO TEMPO DA "CUBA LIBRE"... DO TEMPO EM QUE TOMAR UM PORRE ERA TOMAR UMA  CAIPIRINHA OU UM "RABO DE GALO" PARA IR AO BAILE... DO TEMPO EM QUE APRONTAR ERA FUMAR ESCONDIDO OU FURTAR O PÃO QUE O PADEIRO DEIXAVA DE MADRUGADA NAS CASAS... SOU DO TEMPO EM QUE O ALUNO ERA LEVADO A DIRETORIA SE NÃO FIZESSE A LIÇÃO DE CASA... SOU DO TEMPO EM QUE FALAR PALAVRÃO ERA MANDAR ALGUÉM  "À M...."... SOU DO TEMPO EM QUE SE PEDIA A BENÇÃO PARA OS PAIS... DO TEMPO EM QUE OS FILHOS AMAVAM E RESPEITAVAM OS MAIS VELHOS... DO TEMPO EM QUE OS FILHOS AJUDAVAM OS PAIS... SOU DO TEMPO EM QUE TODOS OS PAIS LEVAVAM OS SEUS FILHOS NA IGREJA E DAVAM BONS EXEMPLOS... SOU DO TEMPO EM QUE A CRIANÇADA SE REUNIA TODO DIA PARA CONVERSAR E BRINCAR..,  SOU DO TEMPO EM QUE UM MENINO OU MENINA GANHAVA UMA OU DUAS ROUPAS POR ANO... SOU DO TEMPO EM QUE IOGURTE, COCA-COLA E MAÇA ERAM ARTIGOS DE RICOS...  SOU DO TEMPO EM QUE BRINQUEDO BOM ERA UM CARRINHO DE ROLEMÃ...  BIBLIOQUÊ... PEÃO  E BOLINHAS DE GUDE... SOU DO TEMPO EM QUE AS CRIANÇAS BRINCAVAM NA RUA ATÉ DE NOITE E NÃO HAVIA PERIGO... NO MÁXIMO ALGUMA BRIGA COM SOCOS... UM OLHO ROXO... SOU DO TEMPO EM QUE 90% DAS CRIANÇAS ANDAVAM DESCALÇOS, COM ESTILINGUE NO PESCOÇO E EMBORNAL CHEIO DE PEDRAS DO LADO... SOU DO TEMPO EM QUE MOLEQUE SÓ COMIA FRUTA SUBINDO NA ÁRVORE.. SOU DO TEMPO EM QUE QUASE TODO MENINO FAZIA O SEU PRÓPRIO BRINQUEDO USANDO SERROTE, MARTELO, ARCO DE PUA E FORMÃO.. SOU DO TEMPO EM QUE QUASE TODA A FAMÍLIA POSSUÍA UM HORTA NO FUNDO DO QUINTAL... ADUBADA SÓ COM ESTRUME DE VACA, CAVALO  OU PALHA DE CAFÉ... SOU DO TEMPO EM QUE ÍAMOS NO SÍTO DO MEU AVÔ E VOLTÁVAMOS COM O CARRO CHEIO DE VERDURAS E FRUTAS... SOU DO TEMPO EM QUE A PREFEITURA PRECISAVA AGUAR AS RUAS POR CAUSA DA POEIRA... SOU DO TEMPO EM QUE OS POLÍTICOS ERAM MAIS HONESTOS... DE UM MEIO AMBIENTE MELHOR... DE TEMPO EM QUE TÍNHAMOS MUITAS PESSOAS MORANDO NA ROÇA... DO TEMPO EM QUE SE COMIA MELHOR... COMIDA SEM AGROTÓXICO... DO TEMPO EM QUE O LEITEIRO TRAZIA O LEITE TODO DIA NA CIDADE COM SUAS CARROÇAS... DE CASA EM CASA... DO TEMPO EM QUE O PADEIRO ENTREGAVA O PÃO DE CASA EM CASA... DE MADRUGADA... COM SUAS CARROÇAS... SOU DO TEMPO EM QUE SANDUÍCHE ERA APENAS  PÃO  E MORTADELA... SOU DO TEMPO EM QUE COMER BEM ERA ARROZ, FEIJÃO, SALADA, BIFE E GUARANÁ ANTÁRTICA .. SOU DO TEMPO EM QUE MACARRONADA ERA A COMIDA ESPECIAL DO DOMINGO... SOU TEMPO EM QUE O CINEMA ERA MÁGICO... SOU DO TEMPO EM QUE ASSISTIR TARZAN  OU BONANZA ERA O MÁXIMO... TODOS PARAVAM PARA ASSISTIR... SOU DO TEMPO DOS IRMÃO CORAGEM E DO BEM AMADO... DO TEMPO EM QUE OS RIOS TINHAM ÁGUA LIMPA... DO TEMPO EM QUE SE PODIA ANDAR PELAS RUAS DE MADRUGADAS SEM MEDO DE NADA... EU VIVI OS ANOS DOURADOS.. EU VIVI OS ANOS 60 NO NORTE DO PARANÁ... JOSÉ CARLOS FARINA

COMENTÁRIOAparecida Herrmann só saudades Farina e a culpa é nossa, achavamos que tinhamos "Pais" rigidos demais que eram quadrados e tudo o mais então as vezes falavamos (ou pensavamos) quando eu crescer e tiver meus filhos vou dar a eles tudo que não tive,ta ai a resposta eu que hoje tenho meus filhos me sinto culpada por ter sido como dizem tão condenscendente,certo estavam os meus "Pais",o mundo evoluiu claro que bom,mais em muita coisas regredimos nós, eu tenho saudades desse tempo e Graças a Deus ainda temos muita coisa boa acontecendo belo texto

COMENTÁRIOS: 


    • José Carlos Farina Nos anos 60 só rico tomava coca-cola... fui tomar minha primeira coca-cola só nos anos 70...   
      Marlene Grotti Me lembro que lá por 1970 quando entrei na 1º série, tinha uma coleguinha que não ia para escola se eu não passasse na casa dela ( o pai dela foi varias vezes até a escola me buscar para que ela fosse a escola) . Eu chegava na casa dela bem na hora do almoço e sempre tomava um copo com Crush oferecido pela mãe dela. Depois de algum tempo me habituei a tomar refrigerante. Na minha casa nunca tinha, nem nos aniversários.  
      Clóves Vasconcelos Jr. Lendo suas espontâneas reminiscências, amigo Farina... pensei que éramos vizinhos aqui em Buriti Alegre-Go., ou que morávamos na mesma casa, tamanhas as coincidências de lazer e valores!!!... Isto amigo, se chama "berço esplêndido"... educação de ponta, com puros exemplos...

    sábado, 21 de setembro de 2013

    NORTE DO PARANÁ - PÓ e LAMA ( BARRO ) PÉ VERMELHO


    A famosa terra vermelha que atraiu os primeiros agricultores para o Norte do Paraná é uma das mais férteis do mundo. Entretanto, essa mesma terra vermelha criou alguns dos piores tormentos para os colonizadores.


    A terra vermelha, também chamada de "terra roxa" graças aos imigrantes italianos que trabalhavam na lavoura de café, que a denominavam como "terra rossa", é resultado da decomposição de lavas vulcânicas, particularmente do basalto. Essas lavas se originaram do Derrame de Trapp, talvez o maior derrame de lava conhecido pelo homem, e que ocorreu na Era Mesozóica, entre 251 e 66 milhões de anos atrás, a era dos dinossauros.

    Para os colonizadores, a fertilidade da terra teve um preço: quando Londrina não tinha lama, tinha pó. A terra vermelha seca gera um pó finíssimo, altamente penetrante e que pode ficar suspenso no ar por horas. Por outro lado, quando molhada, gera uma lama altamente aderente e escorregadia.

    Devido à presença da mata fechada, a cidade de Londrina tinha um clima muito mais úmido que o atual, e as chuvas eram muito mais frequentes do que hoje. As chuvas transformavam qualquer estrada ou rua em inacreditáveis atoleiros, e mesmo trechos curtos de viagem, como, por exemplo, entre Londrina e Jataí (foto abaixo), podiam levar horas, talvez mesmo um dia inteiro de viagem.

    Por outro lado, nos curtos períodos de seca, era o pó que infernizava a vida da população, tanto rural quanto urbana. Londrina só começou a ter ruas pavimentadas no final de 1942 (na foto abaixo, a Avenida São Paulo sendo pavimentada) e, mesmo assim, somente as ruas do centro tinham tal pavimentação. 

    Todas as áreas ao redor do centro continuaram a sofrer com a lama e o pó até a década de 60, quando o Prefeito José Hosken de Novaes providenciou o asfaltamento da maior parte da malha urbana então existente.

    Naqueles tempos do pó e da lama, um acessório indispensável era o raspador de barro, instalado na entrada de todas as casas, prédios públicos e lojas. Os ferreiros fabricavam e vendiam modelos em ferro fundido, alguns bem elaborados, com apoio para as mãos, mas muitas vezes tal acessório era improvisado com pedaços de lata e madeira.

    O raspador de barro foi apelidado no Norte do Paraná como "chora-paulista". Os paulistas que emigraram para a região, vindos das decadentes fazendas de café paulistas, instaladas em terreno branco e arenoso, sofreram muito com a terra vermelha que aderia aos calçados, criando uma crosta espessa e pesada que quase os impedia de andar, e isso deu nome ao acessório.

    Na época do pó, as maiores sofredoras eram as donas de casa. Qualquer trabalho de limpeza das casas e da roupa era arruinado pela poeira muito fina e altamente penetrante, dando a tudo, inclusive às pessoas, uma característica cor avermelhada.

    A poeira permanecia no ar por tanto tempo que servia de referência para os pilotos de avião que vinham para a cidade. A poeira levantada pelas hélices no antigo campo de aviação (na foto abaixo, de José Juliani, a "Aviação Velha") sinalizava o aeroporto para os pilotos a uma distancia de quase 50 Km.

    As cidades, em geral, tinham sempre um aspecto avermelhado e sujo para quem vinha de fora, como se pode ver na foto abaixo, com as ruas vermelhas em pleno centro da cidade, na década de 60.

    A Prefeitura de Londrina, assim como as prefeituras de todas as cidades da região, operavam um tipo de veículo indispensável, o caminhão "aguador". Eram caminhões-pipa, como o da foto abaixo, equipados com pulverizadores, que lançavam água sobre as ruas para tentar "apagar" a poeira.

    Nos dias de chuva, era comum os homens se reunirem nos bares que ficavam logo acima da estação ferroviária, para assistirem e zombarem dos tombos que os recém-chegados levavam na lama, ao subir a íngreme ladeira que separava a estação do espigão no centro da cidade.

    A pavimentação em asfalto acabou livrando Londrina do aspecto avermelhado, aos poucos, mas até hoje os moradores da região se autodenominam, orgulhosamente, de "Pés Vermelhos", em homenagem à essa terra que fez a riqueza do Norte do Paraná. www.londrinahistorica - jonas liach

    sexta-feira, 6 de setembro de 2013

    FOTO RARA DO NACIONAL NAC DE ROLÂNDIA - ACERVO DA FAMÍLIA FARINA

    Encontrei nos objetos do meu saudoso pai José Farina esta foto rara do Nacional NAC de Rolândia do dia em que recebeu a faixa de campeão da  2ª divisão, no no de 1969. Na foto vemos os senhores Erich Georg, Horácio Negrão, Mauro Zulian, Carioca, além dos jogadores Léco, Fininho, JUra, Perigo, Osvaldo, Juquita, Benfica, Mão de Pilão, Joel, Laborão, Pagão, Carlinhos, Bispo, Pedrinho, Vale.ACERVO DA FAMÍLIA FARINA